patologias do tempo
provocadas pela aceleração
da máquina
a poesia ficou
no impacto daquele
esbarrão no metrô
ou dentro do elevador
que se fechou na minha cara
espremido no presente
dessa mínima partícula
condensada
entre passado e futuro
sobre a qual
tenho a ilusão
de ter poder
roendo o sonho
moendo a esperança
aqui
onde estranho a mim
e a esses prédios
mas reconheço
as nuvens no céu
que força
é preciso ter
para carregar o
passado e futuro
na duração do
instante?